quarta-feira, 6 de março de 2013

Por quê, afinal, girafas têm pescoço longo?


girafa

Vamos transportá-lo de volta para as aulas de biologia do Ensino Médio. Se você prestou atenção às aulas sobre teorias evolutivas, o duelo entre as ideias de Lamarck e Darwin, talvez se lebre que o exemplo mais recorrente era sobre o pescoço das girafas. Lamarck dizia que, no passado, todas as girafas tinham pescoço curto, e ele foi esticando ao longo dos milhões de anos devido à necessidade de alcançar folhas nas árvores altas para comer. Darwin, por sua vez, acreditava que existiram, desde o princípio, girafas de pescoço longo e outras nem tanto, e houve uma seleção natural que acabou eliminando as girafas “baixinhas” com o tempo, incapacitadas de alcançar folhas altas. Assim só as de pescoço longo se adaptaram, e puderam sobreviver.
Mas um estudo da Universidade de Pretória, África do Sul, está chegando à conclusão que o fato de haver pescoços mais ou menos longos em girafas não está relacionado com a altura das folhas nas árvores. O motivo, segundo eles, é devido ao sexo.
Isso mesmo: para fins de acasalamento e necessidade de atrair as fêmeas é que as girafas têm a necessidade de pescoço longo. Já se sabe que os machos disputam as fêmeas através de brigas com “pescoçadas”. Aqueles que têm pescoço mais longo levam vantagem e geralmente vencem, porque a cabeça funciona como um aríete, e a vantagem no comprimento é convertida em potência nos golpes. Assim, as fêmeas preferem os vencedores desses duelos de pescoço.
Uma girafa tem entre 4,5m e 5m de altura, e dois desses metros são apenas de pescoço. Assim, o Cérbero da girafa fica cerca de dois metros do coração, razão pela qual ela precisa ter um fortíssimo sistema para bombear sangue. Além disso, a maioria das espécies de girafas não perde tempo procurando folhas em árvores altas, as de árvores médias já as satisfazem. Assim, a teoria de que o comprimento do pescoço é fruto da procura por árvores altas sofre um abalo – ponto para a nova teoria do acasalamento que mostra outra face da teoria darwiniana: a seleção sexual. [New Scientist]

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